Um pouco da história de como comecei a empreender
- Mariana Noboa
- 16 de jan.
- 4 min de leitura
Atualizado: 15 de fev.
O negócio nasceu de uma necessidade - como a grande maioria.

Tudo começou com a minha constante insatisfação com os trabalhos onde passava. Sempre busquei formas de autonomia e crescimento, independente do cenário e das condições. Carrego comigo há muito tempo, a cultura de que experiência prática e real, unido à pessoas dispostas a ensinar, são recursos muito valiosos e não costumam aparecer em oportunidades bem remuneradas, quando se é inexperiente. O que norteava as minhas decisões na época era "fazer mais, com menos” (continua sendo até hoje).
Trilhei uma trajetória profissional curiosa e aventureira nos anos em que me era possível. Me mudei algumas vezes e tive as mais variadas experiências, desde vendedora de loja de sapatos e de produtos de surfwear, a gerente de marketing, redatora publicitária, atendimento e comercial, assessoria de comunicação, diretora e produtora audiovisual, apresentadora de um programa em uma TV local e produtora e coordenadora de telejornal entre muitos empregos, freelas e projetos independentes, que sempre busquei fazer parte. Eu era inquieta, queria ver as coisas acontecendo e, na grande maioria das vezes, era preciso que eu liderasse, para que as coisas realmente acontecessem na minha vida.
Quando cheguei em um bom cargo, com um salário ok, projeção de crescimento e um apartamento alugado só meu pela primeira vez na vida, percebi que eu não estava feliz. Não era aquela vida e nem o trabalho que eu queria pra mim. Eu bebia muito, dormia pouco e comia mal. Hábitos tóxicos e fuga sempre quando possível. Decidi que em 2 meses largaria o meu emprego (avisei sobre minha saída nessa época) e concluí o prazo que me dispus a ficar. Avisei a imobiliária que entregaria o apartamento e comecei a pensar o que eu faria depois… Sim, eu só fechei as portas, arrumei minhas coisas e dei um salto no escuro com o dinheiro que eu tinha guardado (que não era muito). Nesse processo, eu só não contava que eu estaria grávida de mais ou menos 1 mês.
De volta à casa dos meus pais, decidi que empreender online (uma ideia fixa na minha cabeça a mais ou menos 1 ano) seria meu objetivo enquanto estava gerando a minha pequena Maya - e ainda sem perspectiva de voltar ao mercado de trabalho. Eu não sabia o que, como, nem onde… Mas tinha um projeto com 2 amigos e colegas de trabalho de uma das agências que passei: Seria uma Agência de Marketing Digital. Ideia que me dediquei e me qualifiquei por meses pra fazer acontecer, mas que pouco antes de lançarmos oficialmente, eu percebi que também não morava ali meu tesão pelo trabalho. Pivotei!
Ainda grávida, tive muitos momentos pertinho da minha melhor amiga. Nos conhecemos quase a nossa vida inteira. Curtimos minha gestação e daquela troca genuína, autêntica, íntima e potente, nasceu a semente do que viria a se tornar meu primeiro negócio e o início da jornada da minha carreira com foco no que realmente tinha a ver comigo. Enxerguei nas dificuldades e objetivos dela, um caminho para criar uma solução, esclarecer dúvidas e desenvolver estratégias assertivas para um tipo de público. Três anos mais tarde, percebi que a empresa que eu criei (Flamma ON) foi quem viabilizou o meu laboratório, custeou minha vida, me ensinou o que é ter que aprender a lidar com dinheiro e, sobretudo, me deu a oportunidade de me dedicar à descobrir os contornos dos sonhos que moravam lá no fundinho da minha cabeça - até então impossíveis.
Quando olho pra trás, vejo que a Maya foi o nome da minha maior transformação - como toda mãe babona diz. Ela foi e é fonte de vida pulsando e me convidando a viver o presente a cada instante. É ela quem me ensina que auto aperfeiçoamento é trabalho vitalício, sem direito a demissão, férias ou feriados prolongados. Eu nasci pra vida, quando (no banheiro do trabalho) aquele teste de farmácia deu positivo. Morri pra muita coisa depois desse momento, mas nada supera ter alguém para ser herdeira das minhas ideias e da minha visão de mundo. Ela é quem me traz o senso de perpetuação! Então, depois de 3 anos do seu nascimento, entendi que precisava nascer de novo para a minha carreira e meu negócio. Mergulhei em mim, na minha espiritualidade, estudei muito, busquei soluções e visões de mundo diferentes, entendi o que faz o meu coração vibrar e como contribuir com o mundo. Então comecei de novo, não do zero, mas definitivamente de uma forma diferente. Não mais como projeto piloto, mas sim como o projeto da minha vida, que carrega meu nome e que com ele vêm todos os valores inegociáveis que aplico no meu dia a dia, com garra, sensibilidade e dedicação.
Por isso, acredito que ninguém dá grandes saltos sem uma boa pitada de coragem, vontade, comprometimento, obstinação e fé. Cocriar com a vida é acreditar em si a ponto de se capacitar para se tornar quem se é destinada para ser.
Nesses 5 anos, foram mais de 150 Consultorias e Assessorias de acompanhamento individuais, à curto, médio e longo prazo, analisando caso a caso, criando soluções estratégicas e adaptadas, gerindo projetos e criando novos negócios, produtos e soluções. Esses são alguns dos meus resultados do trabalho pela dedicação empregada, mas o que é mais transformador é como eu comecei a olhar para mim e para minha vida - como um todo. Flexibilidade para estar onde preciso (tempo, espaço e energia), sem que isso me faça abrir mão do que criei até aqui. Isso cria um senso de estabilidade, mesmo quando os resultado$ parecem não aparecer de forma linear, porque no fim sei que onde estiver, meu trabalho estará também. Não é algo que alguém possa me tirar, porque sei que estou em consonância com minha real missão: auxiliar as pessoas a construírem negócios, projetos e trabalhos com propósito e autonomia, para que possam ser donas das suas próprias decisões, colhendo resultados positivos e transformadores em suas vidas também.









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