Quando a vida pede uma nova pele
- Mariana Noboa
- 1 de nov.
- 2 min de leitura
Há momentos em que a vida parece querer nos lembrar de quem somos.

Mudanças de casa, de cidade, de rotina, de papéis. E, de repente, algo em nós começa a se movimentar — silencioso, mas intenso — como se estivéssemos trocando de pele.
Esses períodos têm algo de sagrado.
Eles nos forçam a olhar para o que já não serve, para o que ficou pequeno.
E o corpo, fiel tradutor das nossas emoções, fala.
Mostra o que precisa ser revisto.
Coça, arde, pede espaço.
Como se dissesse: “crescer também dói, mas é necessário.”
Nos últimos meses, me vi atravessando uma transição dessas.
Depois de seis anos empreendendo, senti o chamado de voltar ao mercado formal.
E o que parecia improvável — aconteceu rápido. E quando disse “sim” a esse movimento, as portas se abriram quase que de imediato. Um novo trabalho, novos desafios, novas distâncias, e junto com tudo isso — uma nova versão de mim mesma começou a emergir.
Foi intenso. Exaustivo. Mas, de alguma forma, profundamente vivo. Uma vitalidade diferente pulsando. A sensação de estar de volta a um ritmo que me recarrega em vez de me sugar. De estar sendo testada, sim, mas também reafirmada.
Essa oportunidade me devolveu um espelho bonito: o da profissional segura, conectada e reconhecida. Aquela que tinha ficado um pouco esquecida em meio às reinvenções da vida. Reencontrar essa imagem foi como recuperar a própria voz — uma voz que não vinha de fora, mas de dentro.
E talvez seja isso o que a vida tem tentado me ensinar: Que toda mudança verdadeira começa pela comunicação que a gente estabelece consigo mesma. Antes de falar para o mundo, é preciso escutar o que o corpo e a alma estão tentando dizer. Antes de comunicar o que se faz, é preciso reconhecer quem se é.
Trocar de pele é aprender uma nova linguagem sobre si.
E toda vez que a gente se escuta de verdade, algo se alinha — dentro e fora.
Nota da autora: A comunicação é mais do que estratégia: é uma prática de presença.
É sobre se escutar com honestidade, se expressar com clareza e criar pontes entre o que sentimos e o que entregamos ao mundo. Quando aprendemos a traduzir nossos movimentos internos em palavras e ações coerentes, deixamos de apenas falar — e passamos a comunicar com verdade.
🕊️ por Mariana Noboa
Comunicadora e Consultora de Comunicação para marcas e pessoas.








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